
Entraste sem avisar, nem sequer contava que seria logo pela 'porta da frente. As janelas estavam fechadas, era Setembro, as noites já eram ventosas e o verão já estava a dar os ultimos sinais. Não estavamos sós, mas tive aquela sensação que eramos só os dois naquela sala. Ambiente de descontração depois de um 'chato' dia de trabalho a ouvir pessoas ainda mais chatas a reclamarem disto e daquilo, a pedirem ajuda para isto e aquilo(...) no final era um dia como todos os outros. Mas não há dúvida que mesmo depois de um dia assim não nos cansámos de nós. Os olhares cruzavam-se mas tudo era muito natural, acontece!!! Todos os dias conhecemos ou (re)conhecemos pessoas. Estes foram os meus pensamentos nessa noite quando me deitei e custou a dormir, mas não era bem assim...aquilo que senti era mais que 'uma pessoa nova simpática, gira, inteligente, divertida...', muito mais. Mas não era a altura nem o momento para isso. Não passou de um serão engraçado para tratarmos de coisas que precisavam de ser resolvidas. (Mentira) Foi o inicio. Ainda estava a começar. Por uns dias 'desaparecemos' da vida um do outro, mas aos poucos fomo-nos descobrindo e encontrando. Aquela sensação de quando abrimos um frasco de perfume que adoramos o cheiro, e por ser tão bom queremos usar assim pouco de cada vez, para durar mais e ser para sempre.
Exactamente o que foi acontecendo nas nossas vidas. Tive momentos em que tudo te queria dizer ao mesmo tempo e parecia que o tempo voava quando estavamos juntos, por serem momentos tão bons. E queria fazer com que durasse e fosse eterno.
Outras alturas fizemos de mote como sendo a 'nossa música' (e ainda o é, porque foi a primeira), 'Tudo o que quer me dar é de mais, é pesado...não há paz(...)'
Mas não houve letra, nem música, nem pensamentos que consiguissem evitar o inevitável...
A casa passou a ter as portas sempre abertas e as janelas, mesmo com frio lá fora, sabia tão bem poder deixar-te entrar sempre que querias.
As mãos começaram-se a sentir uma na outra, os nossos rostos a juntarem-se mais e os olhares de vez em quando a desviarem-se um do outro por timidez, mas sempre com a esperança de se encontrarem para um desfecho encerrado pelas nossas bocas...
A 'união' de outros tão próximos de nós e das nossas vidas contribuíram para que hoje, como na história do perfume, podermos usufruir de nós sempre que quisermos e 'abrir' pouco de cada vez o 'frasco'. Pouco para podermos AMAR ainda mais todos os pormenores da 'nossa' vida.
Muito t'Ua' e sempre Muito m'Eu'
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